Ventos favoráveis sopram em direção ao mercado de prestação de serviços em logística e transportes. Há muito tempo não sentíamos essa leve e refrescante brisa! É importante aproveitar esta “brecha” no tempo até a chegada de uma nova tempestade.
A combinação entre crescimento anual do PIB e um otimismo generalizado em quase todos os setores produtivos da economia, parece que reverterá a queda nos preços dos serviços logísticos, em especial dos fretes rodoviários, que desde a década de 90 vem apresentando uma perda real significativa, impactando diretamente na rentabilidade e na sobrevivência das empresas no médio e longo prazo.
Desde então, o mercado vive uma situação preocupante. Poucas empresas são realmente lucrativas e a grande maioria sobrevive graças a uma heróica luta diária para pelo menos não perder e empatar. Aspectos qualitativos foram deixados de lado, e o mercado vive um perigoso processo de “comoditização”, que parece ser interminável!
Em paralelo, os Embarcadores, em seus processos de cotação de fretes, “nivelam” seus parceiros por baixo, e tapam os olhos e ouvidos para uma combinação quase que impossível: bom serviço a um baixo preço! Milagres não existem, é óbvio, mas a grande maioria das empresas prefere enxergar isso como uma “oportunidade” de mercado. Não enxergam o elevado número de acidentes nas estradas, reflexo direto da perda de capacidade de investimento!
Vivemos um momento propício para a mudança e para um maior equilíbrio na relação entre Embarcadores e Operadores Logísticos e Transportadores. Para isso, dois diferentes trabalhos precisam (e devem) ser realizados.
Um tem como foco a própria empresa, e trata da revisão das práticas de gestão interna, principalmente aquelas relacionadas à administração financeira, custos, formação de preços e gestão comercial. As empresas precisam, definitivamente, buscar a profissionalização em sua gestão. Os tempos mudaram, e o que valia há dez ou quinze anos atrás, já não tem mais eficácia nos dias atuais.
A outra frente tem um direcionamento externo, e trata da relação com os Clientes. Ao invés de responder proporcionalmente à demanda de seus Clientes com mais caminhões, esta é a hora ideal para rever preços e condições contratuais.
No que se refere a custos, este é o momento exato para desenvolver e implantar ferramentas que permitam apurar o custo por Cliente, rota ou serviço, para que a empresa possa decidir, sem margem de erro ou dúvida, com quais Clientes continuará trabalhando. Precisamos enxergar o caminhão como um centro de custo ou de resultados!
No tocante a preços, trata-se de uma hora oportuna para rever as margens praticadas e buscar uma rentabilidade aceitável para ambas as partes.
Por fim, no que se refere à gestão comercial, este é o momento de definir uma estratégia comercial, que defina o perfil ideal de Cliente e o melhor mix de serviços a ser prestado.
Talvez não encontremos melhor momento para isso na história recente deste mal tratado mercado de transportes. Mal tratado pela falta de regulamentação do mercado, pela pobre infra-estrutura operacional, pelo desequilíbrio de forças entre contratados e contratantes, pela voracidade e apetite do Governo em arrecadar impostos, etc. Mas também mal-tratado pela cegueira estratégica e pela incompetência gerencial de muito executivos da área.
O transporte é uma competência extremamente estratégica para qualquer país. Estamos assistindo aos norte-americanos e europeus dominarem o transporte aéreo e aos asiáticos invadirem os portos de todo o mundo. Como espectadores passivos, também assistimos ao “sucateamento” de nossas rodovias, meio pelo qual circulam 60% (ou mais) da nossa economia. Nada estamos fazendo de realmente relevante para reverter esse processo de deterioração da infra-estrutura brasileira de transportes, portanto, se o Governo nada faz para isso, é o momento de os mecanismos de mercado, a lei de oferta e demanda, fazê-lo. Não é a forma ideal, mas é a que nos resta, diante do descaso do setor público, que se arrasta por mais de 30 anos!
Esta é a hora da virada. Se vocês perderem este “trem”, talvez não tenham forças para chegar na próxima estação!
Preparem-se para a próxima tempestade... não sabemos quando ela virão, mas a única certeza é que ela virá!!!.
Marco Antonio Oliveira Neves – Diretor Tigerlog Consultoria, Hunting e Outplacement e Treinamento em Logística Ltda.
Após uma apresentação de alguns alunos no curso que ministro no SENAC / RP , percebi que mesmo aqueles que fazem o curso e que tem contato com a área apresentam dificuldades em identificar os tipos de caminhões e acessórios que poderiam compor o conjunto. Em vista disso, resolvi montar uma aula específica sobre os tipos e seus acessórios, pesos e as suas dimensões, conforme as legislação vigente, com validade a partir de 01/01/2007, quando foram revogadas as Resoluções 12/98 e 163/04 pela Resolução 210/06 e as Resoluções 68/98, 164/04, 184/05 e 189/06 pela Resolução 211/06 do CONTRAN . Como este blog tem divulgação entre profissionais, estudantes de logística mas, também, para leigos, vamos colocar muitas informações a respeito de como montar os diversos conjuntos para transportar os diferentes produtos pelas nossas estradas.
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