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Transporte rodoviário em busca da sustentabilidade

Ações preventivas e orientação sobre descartes de pneus cada vez mais precisam fazer parte do dia a dia do transporte rodoviário. O setor é apontado como grande culpado dos danos ao meio ambiente. Nesse cenário começamos a ver empresas ligadas ao setor também se adiantarem na preocupação e lançarem campanhas em prol da sustentabilidade. O transporte rodoviário é responsável pela movimentação de mais de 60% das cargas no Brasil, e contradizendo a definição da palavra do momento - a sustentabilidade - é a via de transporte que pode apresentar maiores danos ao meio ambiente. Discussões neste entorno culpam os motoristas autônomos e as empresas transportadoras pela má conservação das frotas, o descontrole na emissão de poluentes e o descarte inadequado dos resíduos sólidos inservíveis, como os pneus utilizados pelos caminhões. Entidades do setor, como a CNT - Confederação Nacional do Transporte mantêm programas visando fortalecer a cultura da responsabilidade ambiental junto aos transportadores, como o Despoluir, o Programa Ambiental do Transporte, lançado em 2007. O programa tem forte atuação no campo educativo, com treinamentos e palestras, e na prática verifica os caminhões pelos opacímetros (equipamentos que analisam a fumaça emitida pelos veículos), instalados por iniciativa da Confederação. Na linha da orientação sustentável, empresas fornecedoras de produtos automotivos também pautam ações preventivas e sugerem atitudes responsáveis aos seus clientes, como é o caso da Laguna Pneus, importadora de pneus novos para o Brasil. O pneu é considerado o segundo maior custo nas despesas das transportadoras e, portanto, a decisão pelo fornecedor correto precisa ser muito analisada. Apostando em agregar um diferencial, a importadora Laguna Pneus mantém um estreito relacionamento com o cliente a fim de acompanhar desde a compra, manuseio, utilização, até o momento de descarte destes pneus. "Hoje reconhecemos que muitas empresas estão abertas a implantar políticas responsáveis, mas não sabem como agir ou onde buscar informações. É responsabilidade de todos os envolvidos na cadeia de transportes, de alguma forma, facilitar este acesso e ampliar o alcance das soluções sustentáveis", pontua Fabrício Fassina, administrador de empresas e sócio-diretor da Laguna Pneus. Na campanha, a empresa importadora busca expor que uma melhor utilização dos pneus permite a geração de redução de despesas, menores impactos ambientais e ainda reutilizar os pneus descartados em diversos outros meios. As orientações da importadora vão desde a escolha do local ideal para armazenagem do estoque da transportadora até a orientação sobre a manutenção adequada do alinhamento dos veículos da frota, o que ocasiona menor desgaste do pneu e, consequentemente, mais tempo de uso antes do descarte, poupando recursos naturais que são utilizados na fabricação do pneu, neste caso, o petróleo e a borracha. Fabrício ressalta ainda que o objetivo maior é a orientação sobre ações preventivas, mas que guiar o consumidor para o descarte responsável também é fundamental. "A ANIP (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), por exemplo, lançou em 1999, o Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis, coordenado pela Reciclanip, que hoje conta com 332 pontos de coleta em 21 estados que recebem pneus sem mais utilidade para o transporte. É uma das formas das empresas efetuarem um descarte facilitado, deixando a cargo da Associação a destinação do produto final", finaliza o importador. Reciclagem de pneus - Desde a criação do Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis, em 1999, 650 000 toneladas de pneus foram recolhidas, o equivalente a 130 milhões de pneus de veículos de passeio. Em 2008, foram 160 000 t. A coordenação do programa apresenta que de 10% a 15% desse total vem dos chamados "grandes geradores", frotas de transportadoras, revendedoras e lojas. De cada 10 pneus inservíveis destinados corretamente, cerca de sete viram combustível para fábricas de cimento - eles geram até mais energia que o carvão. Outros 25% são empregados na fabricação de artefatos de borracha, como tapetes de automóveis, pisos industriais e pó para asfalto. O resto é transformado em cintas de sofá, solados de sapatos e sandálias, borrachas de vedação e pisos industriais ou de quadras poliesportivas. Apesar das dificuldades, o Brasil é um grande reciclador de pneus, só atrás dos EUA em faturamento e volume. O setor gera uma receita de R$ 5,6 bilhões ao ano (dados de 2007). São 7,6 milhões de pneus reformados para caminhões e ônibus, 8 milhões para automóveis, 2 milhões para motos e 300 000 para veículos agrícolas ou off-road anualmente: um total de 17,9 milhões. FONTE: REVISTA FATOR BRASIL. Colaboração do aluno do curso Técnico em Logística do Senac/RP, Osmar Reis.

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