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Itambé busca diversificar sua estratégia no exterior

Maior indústria láctea de capital nacional, a cooperativa mineira Itambé aproveita o momento de reação das cotações internacionais do leite em pó para ampliar sua atuação no mercado externo. Mesmo com a cotação da matéria-prima em alta, e ainda prejudicada pelo câmbio, a central de 31 cooperativas fechou mais de 200 negócios na feira Anuga, a maior do gênero no mundo dos alimentos e bebidas. Os negócios em Colônia, na Alemanha, rondaram os US$ 3,5 mil por tonelada de leite em pó. A média histórica é de US$ 2,5 mil, mas recentemente as cotações recuaram a US$ 1,8 mil com a "avalanche" de exportações de Oceania e Europa. Em Anuga, o aquecimento da demanda em países industrializados e a elevação das compras nos emergentes deu o tom das conversas. "Tivemos boas propostas, mas ainda dependemos de como o mercado vai reagir na hora de fechar esses negócios. Se houver descontos muito altos da concorrência, corremos riscos de não fechar tudo", afirmou o representante da Itambé no Oriente Médio, Guilherme Giffoni. A cooperativa, que capta 100 milhões de litros por mês, exportou US$ 230 milhões em 2008, mas o recuo das compras de Argélia e Venezuela, o principal cliente da Itambé no exterior, devem derrubar as vendas para menos de US$ 180 milhões neste ano. "Ainda estamos cautelosos porque o preço da matéria-prima aqui é um dos mais altos do mundo. E o câmbio complica muito nossa estratégia", disse o diretor de relações institucionais da Itambé, Ricardo Cotta. Responsável por metade das exportações brasileiras de lácteos, a cooperativa tem pago, em média, R$ 0,68 por litro de leite aos cerca de oito mil produtores em sua área de atuação. Com o preço do leite em pó a US$ 3,5 mil, é possível garantir uma margem para voltar com mais força ao mercado externo em 2009. "Mas ainda dependemos do que a concorrência pode fazer, reduzindo preços para fechas vendas", afirmou o especialista André Campos, da trading Serlac. Em 2008, no pico dos preços internacionais, a Itambé chegou a embarcar 150 aviões ao mercado venezuelano. "Trabalhamos dia e noite durante um mês no aeroporto de Viracopos para garantir essas vendas", lembrou André Campos. Mesmo com algumas dúvidas no horizonte, a Itambé projeta vender para mais de 62 países em 2009. Uma das armas é o chamado leite evaporado, um produto de baixo preço e pronto para o consumo, muito vendido em países da África e América Central. "Se isso se sustentar, pode ser que a gente volte a vender mais lá fora", acredita Ricardo Cotta. Para ampliar sua presença nos mercados da África e do Oriente Médio, a cooperativa abriu uma representação em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Além disso, a Itambé é a única empresa habilitada a embarcar lácteos para o México, um mercado amplo e cobiçado, mas ainda restrito. A estratégia é manter os mercados conquistados e expandir a atuação como alternativa às variações da demanda doméstica. A cooperativa mineira aposta na redução do preço da matéria-prima no curto prazo e avalia que, mesmo com os efeitos negativos da desvalorização do dólar, o leite em pó ficará mais competitivo. "O leite condensado e o evaporado demoram um pouco mais para dar retorno porque são parte de um mercado secundário", disse Ricardo Cotta. Encaminhado por Osmar Eduardo dos Reis Ouro Fino Agronegócio

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