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São Paulo tem um dos trânsitos mais desgastantes do mundo, diz pesquisa

Mais de 60% dos motoristas de SP acham que trânsito piorou

As condições de trânsito de São Paulo colocam a cidade entre aquelas que mais desgastam a população, de acordo com os resultados de uma pesquisa da IBM que estimou os prejuízos emocionais e econômicos provocados pelo tráfego ruim em 20 grandes centros urbanos do mundo.

De acordo com o estudo divulgado nesta quarta-feira (30), as piores situações são as de Pequim e Cidade do México, ambas com “índice de desconforto” de 99, em uma escala de 1 a 100. São Paulo está em sexto lugar da lista, com índice de 75. A melhor nota entre as 20 cidades analisadas ficou para a Estocolmo, com índice 15. Abaixo, a lista completa.


Índice leva em conta as respostas a respeito dos seguintes fatores: 1) tempo de viagem, 2) tempo preso no trânsito, concordar com as seguintes declarações: 3) o preço da gasolina já está muito alto, 4) o trânsito piorou, 5) o tráfego que anda e para é um problema, 6) dirigir causa estresse, 7) dirigir causa irritação, 8) o trânsito afeta o trabalho, 9) o trânsito é tão ruim que as pessoas param de dirigir e 10) decidiu não fazer um percurso devido ao trânsito

O resultado de São Paulo surpreende? “A impressão que tenho é que São Paulo ficaria entre os dois primeiros lugares, ficar em sexto é até uma boa notícia”, comenta Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias da IBM Brasil, em entrevista ao UOL Notícias.

Taurion destaca que as seis cidades com níveis mais críticos se encontram todas em países emergentes. E, com exceção de Moscou, que tem vasto sistema de metrô, as demais apresentam em comum o transporte público pouco eficiente, o que colabora para condição de desgaste no trânsito. “Existe uma relação direta entre o crescimento desordenado da cidade e os resultados ruins do trânsito”, acrescenta.
  

      90%
em Nova York
vão para o trabalho de carro
            84%
em Pequim
dizem que tráfego já afetou de
modo negativo escola ou trabalho
            61%
em São Paulo
acham que o trânsito piorou
nos últimos três anos
            43%
em Buenos Aires
já desistiram de ir ao trabalho
por causa de trânsito ruim
            32%
em Paris
vão para o trabalho de carro
IBM Commuter Pain 2010

Uma característica compartilhada globalmente é o engarrafamento. Cerca de 87% dos entrevistados nos seis continentes relatam ter ficado presos no trânsito em algum momento nos últimos três anos, com tempo médio de uma hora. A pior situação está em Moscou, onde mais de 40% dos motoristas já estiveram presos no
trânsito por mais de três horas.

O percurso típico nessas cidades tem aproximadamente 21 km de distância; a maior diferença está no tempo médio para percorrê-lo: 27 minutos em Nova York, Los Angeles e Melbourne, a 42 minutos em Moscou, Pequim, Nova Déli e Cidade do México.

No conjunto de todas as pessoas entrevistadas neste levantamento, 30% relataram ter seu stress aumentado pelo trânsito, 29% alegam que o tráfego urbano prejudica seu desempenho no trabalho ou nos estudos, e 38% já desistiram de sair de casa por antecipar dificuldades de deslocamento.

“O trânsito afeta a saúde, afeta o estilo de vida, é um dos maiores emissores de gases que causam efeito estufa, afeta produtividade, é responsável por horas perdidas”, enumera Taurion, justificando o interesse da pesquisa.

Os números mostram que o esforço para reduzir o desgaste no deslocamento urbano valem a pena. Se houvesse redução no tempo gasto com trânsito, 53% dos entrevistados responderam que passariam mais tempo com a família; 44% se dedicariam ao lazer; 42% praticariam mais exercícios; 16% trabalhariam mais.





Como resolver o problema do trânsito? “Não dá pra tirar uma solução única”, afirma Taurion, explicando que as condições geográficas e as tendências de fluxo em cada cidade são específicas.

Pequim, por exemplo, tem uma tendência clara de tráfego da periferia para o centro durante a manhã, e o contrário durante a tarde. São Paulo, em comparação, apresenta fluxo mais disperso, com centros regionais. Já os centros das grandes cidades europeias, mais antigos, apresentam problema distinto: as ruas são mais estreitas e é necessário limitar a circulação com pedágios ou restrições locais.
Contudo, Taurion cita entre as propostas globais o investimento em transporte público, e o uso de tecnologias de controle e automação, que poderiam otimizar semáforos e outras sinalizações de trânsito, por exemplo.

A pesquisa da IBM foi feita com 8.192 pessoas, pelo menos 400 em cada uma das 20 cidades escolhidas, e tem uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Fonte: www.uol.com.br - Notícias Internacionais (01/07/2010)

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