O Brasil utiliza muito pouco um dos modais mais antigos e interessantes dos meios de transporte, a ferrovia. Sua existência através do mundo é cheia de altos e baixos, de aceitação e falta dela. O melhor disso tudo é lembrar um pouquinho os problemas e soluções encontrados nos principais países onde este modal se impôs ou simplesmente desapareceu.
O caso da Rússia ilustra bem como e por que as ferrovias nasceram, quase morreram e agora parecem estar voltando.
Antes da construção de estradas de ferro na Rússia, rios e estradas de terra eram os principais meios de transporte – e durante os longos e rigorosos invernos típicos do país, virtualmente inúteis. Com o advento do motor a vapor e sua colocação em ferrovias, as coisas começaram a mudar – mas apesar do Czar Nicolas I ser a seu favor, os nobres do reino eram contra por não acreditar em sua lucratividade e no papel que teriam na sociedade russa. O próprio ministro das finanças, o Conde Kankrin, considerava que o bem-estar do povo não receberia melhorias por colocar o capital em sistemas de transporte em vez de na agricultura. Outro conde, o K. F. Toll, era totalmente a favor da construção de canais – que, como os rios, congelavam durante todo o inverno. Já as estradas eram lamacentas no verão e só funcionavam nos curtos meses entre verão e inverno.
No fim do século 18 e início do 19, a Rússia teve ferrovias primitivas em áreas de mineração, mas só começou a construir ferrovias dignas deste nome a partir de 1834, quando um mecânico servo (quase escravo) chamado E. A. Cherepanov e seu filho M. E. Cherepanov construíram 20 pequenas locomotivas a vapor e a primeira ferrovia (trilhos) nos 3,5 km entre uma fábrica chamada Vyskii e uma mina conhecida por Mednyi. Em 1840, a Rússia tinha apenas 45 km de trilhos, mas no fim do século 19 e início do século 20, com um forte crescimento de ferrovias, chegava a 30.000 km, 9.300 km dos quais da recém-construída (1891 a 1904) Ferrovia Trans-Siberiana.
A Rússia tornou-se um dos quatro países europeus cuja disponibilidade da
ferrovia, já se provando ser o melhor meio de transporte de recursos naturais básicos como carvão e ferro, os levou à Revolução Industrial, a um nível de desenvolvimento muito à frente dos que não a usavam e a laços culturais gerados pelo rápido crescimento das redes que ligaram os quatro países. O século 19 tornou-se a Era da Ferrovia.
A Russian Railways foi criada em 1º de outubro de 2003, pela resolução governamental no. 585, com o governo central ficando com a totalidade de suas ações. Nestes sete anos de existência, a ferrovia transportou mais de 10,4 bilhões de toneladas de carga, incluindo nisso 2,3 bilhões de toneladas de carvão, 2,2 bilhões de toneladas de madeira de construção, 1,8 bilhão de toneladas de petróleo e petroquímicos e uma ampla gama de outras cargas. A participação no transporte de carga naquele país subiu de 39,5% em 2004 para 42% em 2009, e para 42,4% nos primeiros oito meses de 2010.
A ferrovia transportou também mais de 8,4 bilhões de passageiros neste período, dos quais 0,9 bilhões em trens de longa distância e 7,5 bilhões em trens suburbanos. Ao todo, foram 1150 bilhões de passageiros-quilômetro (bpkm), dos quais 846 bpkm em serviços de longa distância e 304,6
bpkm em serviços suburbanos, incluindo nisso 49,5 bpkm ofertados por 19 empresas particulares que usam a rede de trilhos da Russian Railways.
Para atrair passageiros, a RR desde 2007 vem oferecendo descontos de tarifas sazonais de até 40% a viajantes a destinos de férias de verão, inclusive com escolha de vagões exclusivos para homens ou mulheres.
Neste mesmo ano, foram introduzidas vendas eletrônicas de passagens, com mais de 10 milhões de passageiros preferindo fazer a compra via computador. Mais recentemente, vem oferecendo 50% de desconto para quem viajar em beliche superior.
Os investimentos, de 2007 a 2009, foram de mais de 1,5 trilhão de rublos em quase mil quilômetros de novas linhas e trilhos, 1.986 locomotivas, 4.500 vagões de passageiros e mais de 59 mil vagões de carga.
Neste momento, o ponto mais alto de trabalho da RR tem a ver com o programa de desenvolvimento de serviços de alta velocidade, tentando acompanhar as ferrovias européias ocidentais, japonesa e, muito breve, chinesa.
Fonte:http://www.cargaetransporte.com.br/index.php?pagina=tech_by_mail.php?id=1728
O caso da Rússia ilustra bem como e por que as ferrovias nasceram, quase morreram e agora parecem estar voltando.
Antes da construção de estradas de ferro na Rússia, rios e estradas de terra eram os principais meios de transporte – e durante os longos e rigorosos invernos típicos do país, virtualmente inúteis. Com o advento do motor a vapor e sua colocação em ferrovias, as coisas começaram a mudar – mas apesar do Czar Nicolas I ser a seu favor, os nobres do reino eram contra por não acreditar em sua lucratividade e no papel que teriam na sociedade russa. O próprio ministro das finanças, o Conde Kankrin, considerava que o bem-estar do povo não receberia melhorias por colocar o capital em sistemas de transporte em vez de na agricultura. Outro conde, o K. F. Toll, era totalmente a favor da construção de canais – que, como os rios, congelavam durante todo o inverno. Já as estradas eram lamacentas no verão e só funcionavam nos curtos meses entre verão e inverno.
No fim do século 18 e início do 19, a Rússia teve ferrovias primitivas em áreas de mineração, mas só começou a construir ferrovias dignas deste nome a partir de 1834, quando um mecânico servo (quase escravo) chamado E. A. Cherepanov e seu filho M. E. Cherepanov construíram 20 pequenas locomotivas a vapor e a primeira ferrovia (trilhos) nos 3,5 km entre uma fábrica chamada Vyskii e uma mina conhecida por Mednyi. Em 1840, a Rússia tinha apenas 45 km de trilhos, mas no fim do século 19 e início do século 20, com um forte crescimento de ferrovias, chegava a 30.000 km, 9.300 km dos quais da recém-construída (1891 a 1904) Ferrovia Trans-Siberiana.
A Rússia tornou-se um dos quatro países europeus cuja disponibilidade da
ferrovia, já se provando ser o melhor meio de transporte de recursos naturais básicos como carvão e ferro, os levou à Revolução Industrial, a um nível de desenvolvimento muito à frente dos que não a usavam e a laços culturais gerados pelo rápido crescimento das redes que ligaram os quatro países. O século 19 tornou-se a Era da Ferrovia.
A Russian Railways foi criada em 1º de outubro de 2003, pela resolução governamental no. 585, com o governo central ficando com a totalidade de suas ações. Nestes sete anos de existência, a ferrovia transportou mais de 10,4 bilhões de toneladas de carga, incluindo nisso 2,3 bilhões de toneladas de carvão, 2,2 bilhões de toneladas de madeira de construção, 1,8 bilhão de toneladas de petróleo e petroquímicos e uma ampla gama de outras cargas. A participação no transporte de carga naquele país subiu de 39,5% em 2004 para 42% em 2009, e para 42,4% nos primeiros oito meses de 2010.
A ferrovia transportou também mais de 8,4 bilhões de passageiros neste período, dos quais 0,9 bilhões em trens de longa distância e 7,5 bilhões em trens suburbanos. Ao todo, foram 1150 bilhões de passageiros-quilômetro (bpkm), dos quais 846 bpkm em serviços de longa distância e 304,6
bpkm em serviços suburbanos, incluindo nisso 49,5 bpkm ofertados por 19 empresas particulares que usam a rede de trilhos da Russian Railways.
Para atrair passageiros, a RR desde 2007 vem oferecendo descontos de tarifas sazonais de até 40% a viajantes a destinos de férias de verão, inclusive com escolha de vagões exclusivos para homens ou mulheres.
Neste mesmo ano, foram introduzidas vendas eletrônicas de passagens, com mais de 10 milhões de passageiros preferindo fazer a compra via computador. Mais recentemente, vem oferecendo 50% de desconto para quem viajar em beliche superior.
Os investimentos, de 2007 a 2009, foram de mais de 1,5 trilhão de rublos em quase mil quilômetros de novas linhas e trilhos, 1.986 locomotivas, 4.500 vagões de passageiros e mais de 59 mil vagões de carga.
Neste momento, o ponto mais alto de trabalho da RR tem a ver com o programa de desenvolvimento de serviços de alta velocidade, tentando acompanhar as ferrovias européias ocidentais, japonesa e, muito breve, chinesa.
Fonte:http://www.cargaetransporte.com.br/index.php?pagina=tech_by_mail.php?id=1728
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