Estabelecer
metas de curto prazo e trabalhar com um novo paradigma de liderança podem
ajudar a superar a falta de previsibilidade no setor de Construção Civil
Divulgada no
final de 2016, a pesquisa “Perspectivas para a Indústria no Brasil” concluiu
que as principais dificuldades da indústria de base nacional – baixa
tecnologia, alto fator poluente e ineficiência – são agravadas pela falta de
clareza de planejamento. Para o físico nuclear da Universidade de São Paulo
(USP) Shigueo Watanabe, um dos autores do estudo produzidos para o Instituto
Escolhas, “sobram ações para apagar incêndios pontuais, mas falta planejamento
de longo prazo”.
Essa é
realmente uma lacuna em diversos setores econômicos brasileiros, e
especialmente para a Construção Civil. Dados da Câmara Brasileira da Indústria
da Construção (CBIC) mostram que, em 2015, enquanto 100% das empresas
americanas afirmavam contar com planejamento estratégico para gerenciar seus
projetos de construção civil, apenas 60% das brasileiras declararam o mesmo.
Para Petrus Júnior
Evangelista, gestor de oferta do Segmento de Construção e Projetos da TOTVS, o
que faz diferença e pode ajudar a superar essa cultura é trabalhar com três
tipos de planejamento: estratégico (longo prazo), tático (médio prazo) e
operacional (curto prazo), dando ênfase ao último. “É importante ter metas
claras e quebrar as entregas em espaços semanais,” explica.
Isso acontece
porque as pessoas tendem a entregar trabalhos em cima do prazo – e não apenas
no Brasil. “Na literatura especializada, isso é chamado de ‘síndrome do
estudante’ – quando deixamos para iniciar um trabalho no último momento possível”,
conta Evangelista. “Se o gestor consegue realizar acordos com o time em menor espaço
de tempo, a síndrome até ‘pega’, mas impacta menos o setor”, descreve.
Esses acordos
partem de um novo paradigma de liderança – baseado na Ação como Perspectiva da
Linguagem (LAP, na sigla em inglês). “Se as pessoas são obrigadas a trabalhar
com prazos inegociáveis, não há nenhum comprometimento”, afirma o gestor da
TOTVS. Por isso, as metas devem ser reavaliadas pela equipe semanalmente. “Quando
se diz ‘eu prometo’ entregar num prazo negociado, o comprometimento é muito
mais alto”, exemplifica.
Além disso, o
gestor também pode se apoiar na tecnologia para garantir o acompanhamento confiável
de indicadores de desempenho. A partir do uso de um software de gestão, é possível
fazer o provisionamento de mão de obra, prevendo a duração máxima necessária para
a execução do empreendimento e visualizar se alguma equipe, por depender do
trabalho de outra, ficará parada, por exemplo.
Para quem
achava que ser brasileiro nesse caso seria uma desvantagem, é justamente o
contrário. “Para nós, latinos, a técnica de combinar prazos tem uma dimensão
maior ainda, pois culturalmente temos vergonha de não cumprir o que combinamos”,
lembra Evangelista.
Fonte: http://blog.totvs.com/
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