A crise já é uma realidade e que ela traz efeitos para o Brasil é algo indiscutível. Nas empresas familiares, não poderia ser diferente, por isso, para quem está à frente dessas organizações, é preciso atentar às atitudes.
De acordo com o consultor e especialista em empresas familiares, Pedro Podboi Adachi, neste momento, as opiniões se dividem: alguns acreditam que os familiares devem assumir o comando, enquanto outros defendem a manutenção de uma diretoria que não faz parte da família.
Para Adachi, não existe uma receita, o que significa que é preciso analisar cada caso. "É importante ressaltar que a simples presença ou ausência de familiares na gestão não pode servir como único argumento para definir se a gestão é profissional ou não. Uma gestão assim ocorre quando pessoas capacitadas e competentes estão à frente do negócio, independentemente de serem membros da família proprietária ou de possuírem alguma participação societária".
Empresas familiares e crise
O que Adachi disse ter percebido é que, em momentos de crise, as empresas gerenciadas por membros da família proprietária se recuperam mais rapidamente dos efeitos perversos, obtendo melhores resultados do que as demais organizações.
"São diversos os fatores que acarretam essa reação mais ágil da empresa familiar gerida por um familiar, como a rapidez na tomada de decisões, a visão de longo prazo mais acentuada, a maior disposição de sacrifício pessoal, o profundo conhecimento do negócio, o compartilhamento da mesma cultura e valores e o elevado grau de comprometimento", explicou.
Porém, se o familiar não for competente e não estiver verdadeiramente preparado para assumir o cargo, as chances de sucesso são mínimas.
Independente da família
De acordo com o especialista, independentemente da presença de familiares na gestão, existem fatores a que se deve atentar para que as companhias possam superar o momento de crise, como ter um líder experiente.
"Dessa forma, o caminho ideal para uma empresa familiar superar a crise é ter uma gestão adequada, o que inclui a adoção das boas práticas da governança corporativa, a elaboração de um planejamento estratégico, a preocupação com a sucessão e a preparação dos sócios e herdeiros. Uma gestão compartilhada, formada por familiares e profissionais externos, pode representar a saída mais apropriada".
Por Flávia Furlan Nunes - InfoMoney
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