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Malha rodoviária brasileira - Na contramão do progresso

O fortalecimento da economia brasileira não foi acompanhado pelo desenvolvimento de sua infra-estrutura. Essa situação ameaça a saúde do transporte rodoviário nacional, pois mesmo presente entre as dez maiores economias do mundo, o Brasil ficou em 20º e último lugar no estudo da Associação Nacional de Transporte de Carga e Logística (NTC). O estudo comparou os vinte maiores Produtos Internos Brutos (PIBs) do mundo, ponderando o tamanho da malha de transporte com o território nacional e a população. O Brasil possui a quarta maior extensão de malha rodoviária entre esses vinte países, porém a última colocação quando a questão é a qualidade de sua infra-estrutura. 

O custo logístico e a baixa competitividade dos produtos brasileiros podem ser explicados pelos números aqui expostos. Somente 12% das rodovias brasileiras são pavimentadas - na Índia, o índice é de 47% e no México, 50%. Outro dado preocupante foi divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) em novembro deste ano, que, após avaliar 87.592 Km de rodovias, incluindo todas as federais e os principais trechos sob gestão estadual ou sob concessão, concluiu que 74% das rodovias do Brasil apresentaram algum problema no pavimento - buracos, deterioração ou problemas de sinalização. As rodovias foram avaliadas nos quesitos sinalização, pavimentação e geometria das vias - totalizando 21 variáveis.


As rodovias são responsáveis por cerca de 60% dos transportes de pessoas e carga no país. O péssimo estado de conservação e a falta de investimentos na malha rodoviária brasileira provocam perdas de até R$ 20 bilhões ao ano para a economia nacional. A estimativa é resultado de um estudo preliminar feito pelo Centro de Estudos em Logística da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CEL/UFRJ). Segundo outro estudo do CEL/UFRJ, o país perde R$ 7,5 bilhões ao ano com acidentes envolvendo o transporte de cargas.
Além da falta de investimentos nas estradas, a economia brasileira sofre com a dependência excessiva da matriz rodoviária para aumentar sua produtividade. Aproximadamente 56% da produção brasileira passa pelas estradas contra 28% das ferrovias e 12% de transporte fluvial. 


Mesmo com dados tão alarmantes, talvez ainda reste uma esperança. O leilão de rodovias federais, promovido pelo governo, deve resultar em uma melhora significativa dos 2.600 km concedidos à espanhola OHL. A empresa venceu cinco dos sete trechos licitados – vitória que está sendo contestada por concorrentes e que ainda não foi homologada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Se mais iniciativas como essa forem levadas a sério pelos seus responsáveis e concretizadas dentro de seus prazos, a situação pode vir a melhorar. Lentamente, mas pode.



Fonte:http://www.rv-rioverde.com.br/noticias.php?noticia=merc5

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