À frente de questões como acesso a recursos para investimento, condições das estradas e falta de veículos e equipamentos, a carência de profissionais preparados para atuar em transportes e logística já é apontada como o maior limitador de crescimento por 42,7% dos empresários do setor, de acordo com pesquisa recente da Associação Nacional do Transporte de Carga & Logística (NTC&Logística).
A preocupação não se restringe à área operacional (transporte em si, responsável por quase R$ 210 bilhões, ou 7% do PIB do setor), mas também à administrativa e gerencial. Segundo a NTC&Logística, o mercado vem exigindo o uso de técnicas e de ferramentas gerenciais cada vez mais sofisticadas.
"Esse tema não é apenas uma preocupação. Já é um fato real", diz Neuto Gonçalves Dias, coordenador técnico da entidade, ao se referir às duas vertentes do problema (operacional e logística). Ele conta que, nos últimos meses, um bom número de empresas comprou novos caminhões, mas não consegue encontrar quem os conduza. Resultado: parte da frota está parada e já há perda de carga.
O coordenador da NTC&Logística avalia que um dos motivos que têm afugentado motoristas carreteiros das empresas transportadoras e, em muitos casos, gerado desistência da profissão é o baixo salário. Soma-se a isso a carga excessiva de trabalho.
Com quase 2,5 milhões de caminhões em circulação no Brasil, calcula-se que haja um déficit de pelo menos 120 mil motoristas.
A Ramos Transporte atribui esse problema a outros fatores também, como falta de interesse do próprio motorista em se qualificar, a não valorização da profissão e a insuficiência de escolas de formação de motoristas.
"Estamos oferecendo cursos de qualificação, plano de saúde extensivo aos dependentes, apoio psicológico e social, além de programas de qualidade de vida, entre outras vantagens", explica Sabrina Azevedo Gomes Figueredo, consultora de Recursos Humanos da Ramos Transporte.
Na área de logística, as empresas vêm investindo, em média, 8,3% de seu faturamento anual em cursos e treinamentos.
O Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), por exemplo, verificou que, nos últimos cinco anos, o mercado de treinamento "in company" cresce 25% ao ano, bem acima dos cursos abertos, também oferecidos pelo ILOS, que tem permanecido num patamar de expansão similar ao do PIB.
"Com a falta de profissionais qualificados, as empresas do setor têm recorrido ao mercado para contratar executivos de outras áreas. Contratam e, depois, capacitam e treinam", conta Mauricio Lima, diretor de Capacitação do ILOS.
O ILOS oferece 20 programas para profissionais de logística, ao custo de R$ 800 até R$ 2,7 mil por mês. Um que tem se destacado é o de internacionalização.
Fonte: http://www.ilos.com.br/clipping
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