Pular para o conteúdo principal

FIESC aponta cabotagem como solução para custos



Federação das Indústrias de Santa Catarina se baseia em estudo com empresas do estado

A cabotagem, que é a navegação feita entre portos brasileiros, é cotada como um modal que pode mudar a distribuição da matriz de transporte do Brasil, contribuindo para a redução do número de caminhões nas estradas e para a diminuição dos custos das empresas. Essa é a constatação de um estudo realizado pela Federação das Indústrias (FIESC) com 76 empresas de médio e grande portes de 19 setores industriais de Santa Catarina. O levantamento faz parte da primeira etapa do Plano de Mobilidade que a entidade lançou nesta quarta-feira (26), durante seminário, em Florianópolis.

O presidente da Câmara de Transporte e Logística da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, explica que nesta etapa foi selecionado o litoral pelo fato de ser uma região que concentra os maiores gargalos de mobilidade. São 4 milhões de habitantes; 1,3 milhão de trabalhadores e 126 mil estabelecimentos. Nos próximos anos, a previsão é de aumento da população; da movimentação de cargas e de passageiros; da corrente de comércio internacional e do consumo interno, além do crescimento das atividades da indústria, setor de serviços; turismo e de petróleo e gás. Essa perspectiva de crescimento vai sobrecarregar ainda mais a mobilidade no eixo litorâneo.

Nas próximas etapas do Plano, as demais regiões do Estado serão contempladas. "Por meio do plano, a Federação vai discutir com a sociedade organizada as condições atuais e as ações necessárias para ter mobilidade adequada ao desempenho da economia catarinense", afirma Aguiar. "Vamos estudar todos os modais possíveis de transporte de passageiros e de cargas para identificar gargalos e solução para a mobilidade. O objetivo é construirmos um planejamento da mobilidade de Santa Catarina", completa.

Quando perguntadas sobre os critérios utilizados na escolha da cabotagem, 70,3% das empresas responderam que a opção se deve à economia nos valores dos fretes em relação a outros modais, enquanto 10,8% destacaram que esse meio de transporte reduz avarias e risco de roubo de carga. Em relação às situações em que a cabotagem é competitiva, 50,7% do grupo pesquisado afirmou que sabe exatamente quando e por que este meio de transporte é mais adequado; 42% disseram que sabem em parte, mas querem conhecer mais detalhes; e 7,2% não sabem quando esse modal é mais adequado.

Um navio tem capacidade de transportar quatro mil contêineres. Isso significa quatro mil caminhões a menos nas rodovias. "O custo do transporte por cabotagem é, em média, 15% mais barato que o realizado pelo modal rodoviário. Esse percentual é aplicado para distâncias acima de 1,5 mil quilômetros. Em percursos maiores, o custo do frete pode ser até 40% menor do que transportar produtos por caminhão", diz Aguiar. Além disso, a cada tonelada transportada por quilômetro, via cabotagem, são emitidos apenas 25% dos gases do efeito estufa que seriam emitidos fazendo esse transporte por modal rodoviário.

Apesar dos benefícios desse meio de transporte, 55,3% do grupo pesquisado disse que não utiliza a cabotagem; 23,7% usam; 17,1% utilizam pouco; e 3,9% usam com frequência. A razão pela qual mais da metade das empresas ouvidas não opta pela cabotagem é que o modal não atende os mercados de destino dos produtos; em segundo lugar aparece a burocracia para utilizar; na sequência, as companhias destacam que o tempo de trânsito não atende às necessidades; e, por último, 12,5% delas não conhecem o suficiente para utilizar o modal. "Temos cinco terminais prontos, que podem ser adequados para oferecer mais linhas para atender a demanda da indústria. Mas, para isso, temos desafios estruturais e regulatórios que precisam ser vencidos", ressalta o presidente da Câmara.

Rodovias saturadas: a urgência em se encontrar uma alternativa às rodovias se explica pelos números. O movimento do trecho norte da BR-101 varia de 8 a 80 mil (na alta temporada) veículos por dia. Essa rodovia, considerada a artéria principal da zona litorânea, tem impactos diretos e indiretos em outras BRs que também recebem grande fluxo de veículos, como a 280; 282; 470; 116 e 285. Estudo da Fipe mostra que em 2010 foram movimentadas 75,7 milhões de toneladas. Para 2020 estima-se 110 milhões de toneladas.

Fonte: http://www.mundologistica.com.br/portal

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sistemas de Unitização de Cargas

Os principais sistemas de unitização de cargas são: Pré-lingagem -  a carga é condicionada em redes especiais de nylon ou corda, de forma a proporcionar fácil manuseio por guindastes, permitindo o aumento da velocidade de carregamento e descarregamento. Paletização (Paletes/Pallets) -  são utilizados engradados de madeira como suportes de cargas que ficam atadas a estes, os quais, possuem vãos em sua parte inferior de modo a permitir o encaixe dos garfos das empilhadeiras, gerando, desta forma, uma otimização do manuseio da carga. Conteinerização -  consiste na alocação de cargas em um receptáculo em forma de baú chamado contêiner, que proporciona maior segurança e facilidade de manuseio e transporte. Devido a sua característica intermodal, ou seja, sua capacidade de fácil e ágil transferência entre várias embarcações (terrestre, marítima ou aérea), sem prejuízo da carga, proporcionada por sua padronização a nível mundial, a conteinerização á a unitização de carga mais largamente uti

Caminhões Urbanos - VUC e VLC

Esses caminhões são utilizados em áreas de restrição a circulação de veículos mais pesados, geralmente nas proximidades de zonas centrais. VUC – Veículo Urbano de Carga O que é? Entende-se por Veículo Urbano de Carga – VUC o caminhão que possui as seguintes características, conforme estabelecido em decreto municipal 48.338/07, do município de São Paulo; a.      largura máxima: 2,20m (dois metros e vinte centímetros); b.      Comprimento máximo: 6,30m (seis metros e trinta centímetros); e c.       Limites de emissão de poluentes VLC – Veículo Leve de Carga O que é? O conceito de VLC, com a entrada em vigor do decreto municipal 48.338/07, do município de São Paulo, deixa de existir. CAMINHÃO Veículo automotor destinado ao transporte de carga, com PBT acima de 3.500 quilogramas, podendo tracionar ou arrastar outro veículo, desde que tenha capacidade maxima de tração compatível. Fonte: http://www.guiadotrc.com.br/lei/vucevlc.asp?

Magazine Luiza e Iveco “abrem” seus Centros de Distribuição

Revelando as vantagens da verticalização e a importância de um bom projeto de armazenagem, as empresas mostram que tipos de estruturas utilizam e que produtos estocam. Como os sistemas de armazenagem foram destaque da última edição da revista Logweb, nesta apresentamos outras soluções de grandes empresas usuárias que se beneficiam destes sistemas. Uma delas é a rede varejista Magazine Luiza e a outra é a fabricante de caminhões e ônibus Iveco. No Magazine Luiza , são utilizadas estruturas porta­ pale­tes ( montantes de 2,10 m x 9,10 m), racks empilháveis, estanterias para produtos menores e blocados de linha branca nos itens de maior giro, conta o gerente de Planejamento do Centro de Distribuição, Carlos Antônio de Almeida. “Temos, hoje, mais de 11.000 SKUs armazenados no CD Bandeirantes, em Louveira, SP, com grande diversidade de produtos divididos em linhas como eletropesado, móveis, brinquedos, som, imagem, telefonia e presentes, além de linha exclusiva para atendimento às ve